Antologia de textos com cães dentro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

DOM ANTÓNIO

Amigos? Uns são mortos, outros longe,
Em procura da Terra-Prometida:
Restas-me tu, meu cão! Guardião d'um Monge:
Não me abandones! Deus, poupa-lhe a vida!

Chamo-te António, (deixa rir quem passa),
Acho-te digno do meu nome, sim!
Dando-te Dom, concedo-te uma graça,
Que El-Rei, teu Amo, não concede a mim...

Tens expressões de homens, olhar de gente,
Cheio de treva, como os subterrâneos!
Tens ar, toilette, e és mais inteligente
Que mais do que um dos meus contemporâneos.


António Nobre, revista Presença, II série, n.º 1, 1939.

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