Antologia de textos com cães dentro.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ESTRANHO PARA O MUNDO OUSEI SENTIR
O rente chão das coisas, a crisálida
Manhã, o dilatar da tarde, a pálida
Viúva e o seu cortejo a reluzir.
Sentindo um sentimento pleno, fundo,
Só de ver uma aldeia que dormisse,
Um cão que ladrasse, um trem que partisse...
E eu se ficasse um pouco mais no mundo!...
E adeus, porém, às coisas, eis que parto,
Do mundo não sou, fui um ser de nada.
A aldeia, o cão, o trem só uma estrada
E tudo o que não tive aqui reparto.
Curioso como um monstro se afeiçoa
Ao mundo mau dos homens que o magoa...

Daniel Jonas, in , Assírio & Alvim, Abril de 2014, p. 56.

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